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Auto Formação Local

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PLANO DE AUTO-FORMAÇÃO LOCAL 2008

Projeto Inicial  

 

 

 

OBJETIVOS

Este projeto volta-se para a auto-formação dos parceiros do bairro-escola Pinheiros, visando o compartilhamento de saberes e experiências de indivíduos e instituições comprometidas com o desenvolvimento das pessoas e do local.

A partir deste processo de formação, objetiva-se a constituição de um Conselho de Bairro-escola, que formule um Plano Pedagógico Local, e de Coletivos, que o implementem.

PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS

A experiência do bairro-escola trabalha fundamentalmente em duas dimensões interdependentes: a primeira diz respeito à proposta de desenvolvimento humano integral, na perspectiva da garantia de direitos fundamentais dos cidadãos, da ampliação do seu repertório sócio-cultural e do fortalecimento da sua capacidade associativa e de participação ativa na sociedade; a segunda incide no fomento ao estabelecimento de conexões e alianças entre os diferentes setores que atuam no território, fortalecendo as redes sociais locais.

Essas duas dimensões indicam que a complexidade das questões que envolvem os indivíduos e o coletivo não pode ser enfrentada sem um trabalho articulado de atores sociais e institucionais, ou seja, entre as pessoas, instituições e políticas que constituem a vida da comunidade. O diálogo entre os diversos setores permite construir em conjunto ações integradas que se mostram mais eficientes do que ações setoriais que desconsideram o contexto em que estão inseridas.

Desta forma, entendemos desenvolvimento local como a síntese de processos voltados para a melhoria das condições de vida da população. Trata-se do desenvolvimento econômico, cultural, educacional, social, que se traduz na melhoria das condições de saúde, de distribuição de renda, de redução de desigualdades, de acesso à comunicação de qualidade, do acesso, produção e circulação democrática de conhecimentos, da ampliação de espaços públicos apropriados, do acesso a direitos básicos, da participação política assegurada, do processo democrático de tomada de decisão, da valorização compartilhada das conexões locais e da participação comunitária.

A possibilidade de atingir condições para o desenvolvimento local está em primeiro lugar no fomento a condições para o desenvolvimento integral dos indivíduos, de suas potencialidades, saberes, competências e habilidades. Este desenvolvimento pode ser avaliado pelos níveis de escolarização, pelo poder político de que os sujeitos dispõem (comunicação, influência e participação na formulação de políticas)  e pelo acesso e exercício dos seus direitos fundamentais.

Al[em disso,  o processo de desenvolvimento local depende da capacidade associativa dos sujeitos, ou seja, da sua capacidade de criar relações significativas, de confiança e pertencimento. Seu fortalecimento se expressa na maior densidade e qualidade das redes estabelecidas, nas conexões e articulações sociais locais e na participação política coletiva a partir de instâncias organizadas, como, por exemplo, conselho de escola, tutelar, de segurança ou associações de moradores. Esses agrupamentos fortalecem os indivíduos, ampliam o impacto de suas idéias e anseios e a possibilidade de efetivá-los.

O objetivo do bairro-escola é promover um processo que propicia o investimento nos sujeitos, suas conexões e possíveis ações coletivas.

Para efetivá-los as principais estratégias são:

-         Identificação de um foco espacial delimitado;

-         Mapeamento e estabelecimento de alianças entre ativos locais e externos;

-         Identificação de atores sociais e institucionais que possam ser articuladores;

-         Promoção de ações integradas com foco no desenvolvimento local, na revitalização e ocupação de espaços públicos e no fortalecimento do capital humano e social do território;

-          Promoção da comunicação local, discutindo as questões e experiências relevantes para o território e fomentando a participação dos sujeitos e instituições.

Por sua vez, os instrumentos importantes que dão suporte a este processo são: 

1. Educador comunitário/articulador de rede: mapeia, planeja e estabelece as articulações. 

2. Banco de dados virtual que possibilita a visualização e o gerenciamento das diversas possibilidades educativas do bairro.

3. Conselho de bairro-escola: possibilita o levantamento das questões importantes para o bairro e o conhecimento pessoal dos potenciais parceiros com o objetivo de construir a proposta de desenvolvimento do território, na qual todos reconhecem sua responsabilidade e sua intencionalidade educativa. Ao reconhecer os potenciais educativos da comunidade, o bairro-escola abre também novas oportunidades para o desenvolvimento da própria comunidade, a partir da formulação do Projeto Político-pedagógico do Bairro.

PÚBLICO ALVO

A primeira turma desta formação, que deve ser reeditada permanentemente, será formada por:

·        Colaboradores das organizações da comissão gestora

·         Educadores das escolas públicas e privadas de Pinheiros

·        Membros de coletivos de arte, ONGs, bibliotecas, postos de saúde, igrejas, associações de moradores, coletivos de artistas e universidades da região da Subprefeitura de Pinheiros parceiros do bairro-escola.

 

ESTRUTURA

Esta formação será composta de um módulo básico e alguns módulos específicos, sendo que não há relação de pré-requisito entre eles, ou seja, os participantes podem optar por fazer quantos módulos lhes interessarem.

A abertura do programa acontecerá com um café da manhã, no dia 05/09 (sexta) no SESI Vila Leopoldina.

Os módulos específicos se iniciarão conforme haja interessados e outros módulos poderão ser propostos pelos participantes.

 

LOCAIS:

Os encontros acontecerão nos espaços dos parceiros do bairro, considerando-se não apenas a disponibilidade física para acomodar os participantes, como também a articulação entre o tema tratado, a atividade a ser realizada e o local onde o grupo se encontra.

Desta forma, além do maior envolvimento e responsabilização dos parceiros com a formação, teremos também melhores possibilidades de exploração das diferentes linguagens nos encontros – música, cinema, teatro, seminários etc.

Como exemplos de locais possíveis, podemos citar: SESI Vila Leopoldina, Café Aprendiz, Instituto Tomie Otake, Centro de Cultura Judaica, Livraria da Vila, Teatro da Vila, Sala Ig de Cinema, Praça do Pôr do Sol, Praça Aprendiz das Letras, entre outros.

 

MÓDULO BÁSICO

Início: 19 de setembro de 2008

Horário: sextas-feiras alternadas, das 16h às 19h30

Freqüência: quinzenal

Duração: 3 meses

Vagas: 50

 

1. Bairro-escola, Cidade Educadora

·         Entendendo o território: histórico, recursos, possibilidades, talentos, aspectos físicos e políticos

·         Em busca da identidade local: qual é talento do bairro?

·         Os espaços públicos e privados: apropriações, convivências e articulações

 

2. O Desenvolvimento Integral e a Intenção Educativa de cada parceiro

·        A diversidade de práticas educacionais no território: atuações e propostas político-pedagógicas

·        O desenvolvimento integral, a ampliação e articulação de tempos e espaços educativos

·         A população do bairro, o desenvolvimento permanente e a integração de crianças, jovens e velhos

·        As experiências e as potências locais para a coletividade, a democracia, a responsabilidade e a autonomia

·        As possibilidades territoriais para experimentação, pesquisa e produção e a intencionalidade educativa.

·        O conhecimento produzido pela realidade e pelas relações no território.

 

3.      Conhecimentos em Rede e Redes de Conhecimento

·         As redes locais, suas conexões o conhecimento produzido

·         As tecnologias disponíveis

·         A multiplicidade e as vivências de aprendizado

·         Comunidades de aprendizado existentes e possíveis.

 

4. Arranjos sócio-educativos produtivos e o Desenvolvimento Local Sustentável

·         A participação dos três setores nas redes locais

·        As políticas públicas disponíveis (trabalho, geração de renda, educação, cultura, meio-ambiente, tecnologia, esportes, lazer, saúde, assistência social) e sua integração

·         Integração de comunidades, práticas, espaços, informações e experiências

·        As microcomunidades: seus saberes, história, cultura etc...

·        As estratégias de mobilização e articulação comunitária: práticas efetivas.

 

 

 

 

 

MÓDULOS ESPECÍFICOS

 

GESTÃO DE MÍDIAS AUDIOVISUAIS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Início: 06 de setembro de 2008

Horário: sábados pela manhã

Freqüência: semanal

Duração: 3 meses

Vagas: 120

 

Visando a formação de agentes de comunicação na região, no primeiro semestre de 2008, a Cidade Escola Aprendiz e a Revista Viração fizeram uma formação em Jornal Mural e outras mídias para educadores e estudantes das escolas da região. A continuidade destes encontros foi orientada para a participação no programa GeMA da Cidade do Conhecimento da USP, no qual a Cidade Escola Aprendiz é parceira.

No GeMA, os participantes farão oficinas, discutirão e formularão projetos sociais e culturais, assim como planos de negócios no campo do audiovisual digital. Entre as produções possíveis incluem-se comunidades móveis, ilhas no Second Life, projetos colaborativos, soluções em IPTV para o terceiro setor, vídeos, filmes e construções híbridas que representam os novos mundos virtuais.

Desta forma, o programa opera-se como um laboratório de produção e gestão de projetos. O laboratório de projetos visa atender à demanda de ferramentas virtuais para o bairro-escola e o terceiro setor em geral e também animar investidores interessados no potencial criativo de uma rede colaborativa. Nessa perspectiva, os projetos serão compartilhados com as comunidades e, ao final, apresentados na Feira de Negócios Audiovisuais.

Articulado intersetorialmente, o GeMA é realizado pela universidade do Estado, tem organizações do terceiro setor como parceiras, patrocínio de empresas e volta-se para o desenvolvimento comunitário. 

 

ARTE PÚBLICA COLETIVA

Início: quando houver grupos articulados interessados

Horário: a definir

Freqüência: a definir

Duração: a definir

Vagas: a definir

 

Este módulo visa compartilhar as experiências dos parceiros do bairro-escola, especialmente dos coletivos de Arte de Pinheiros, na perspectiva da democratização do espaço urbano.

 

A arte pública, manifestação própria de espaços públicos, abertos e não-institucionais, configura-se um importante meio de comunicação com a cidade e seus diversos atores. As manifestações artísticas contemporâneas, suas diferentes linguagens, técnicas e temas são entendidos também como resultantes de uma condição urbana. Isto pois as heterogêneas formas de organização coletiva de criação artística são conseqüências diretas da diversidade cultural existente na cidade.

·        Encontros, seminários e fóruns de discussão fomentando a troca de concepções estéticas, experiências urbanas e modos de organização e criação coletiva entre os diferentes grupos de artistas. 

·        Vivência entre diferentes artistas (e coletivos de artistas) através de residências e intercâmbio cultural, nas quais o artista convidado participa de fóruns de discussão, expõe seus trabalhos e oferece oficinas abertas à comunidade.

·        Exposições de arte em espaços institucionais e não-institucionais, onde a cidade possa figurar como cenário, suporte material ou importante referência conceitual.

·        Intervenções de arte pública, elaboradas através de diferentes técnicas e linguagens, mas cujo objetivo comum é um maior diálogo e interação com a cidade, seus territórios e seus habitantes.  

·        Investigação sobre as inovações conceituais e técnicas propostas pelos coletivos de arte, bem como a recepção, apropriação e fruição destas manifestações artísticas pelos usuários do espaço público e seu impacto nas relações locais.

 

EDUCAÇÃO INTEGRAL

Início: quando houver grupos articulados interessados

Horário: a definir

Freqüência: a definir

Duração: a definir

Vagas: a definir

Este módulo tem por objetivos:

·         Formar educadores comunitários capazes de gerenciar ações e trilhas educativas que promovam o encontro intergeracional, respeitando os ritmos, interesses e talentos de cada um.

·         Criar um espaço de troca de experiências e reflexões entre escolas e demais organizações dedicadas à educação.

·        Criar um espaço para a troca de experiências de educadores, gestores, pais, funcionários do bairro, com vistas à criação de um Coletivo de Educação Integral.

O bairro-escola promove a multiplicidade dos encontros, unindo jovens, velhos, artesãos, trabalhadores, comunicadores, estudantes, educadores e todos os atores mobilizados pelo desenvolvimento integral dos indivíduos do local. Este processo é potencializado na sociedade da informação, em que, com as novas tecnologias, o conhecimento deixou de ser matéria para se tornar rede, rompendo com a segmentação do tempo linear. É por isso que o pressuposto da educação integral é que seja um processo permanente, iniciado ao nascer e jamais interrompido.  

No bairro-escola, a escola torna-se uma articuladora de valores, conhecimentos, experiências e recursos disponíveis no território: nas universidades, em instituições de educação não formal, em cursos profissionalizantes, nas empresas, nas ONGs, nos movimentos sociais e nas pessoas. Ao mesmo tempo em que todos esses recursos são articulados em prol das crianças e adolescentes, garante-se que todos esses atores da comunidade usufruam o direito de aproveitar as potencialidades oferecidas pela escola e tornem-se sujeitos da construção do projeto pedagógico da escola e do bairro.

1.      O desenvolvimento humano integral e o aprendizado permanente

2.      O encontro intergeracional

3.      O papel do educador na educação integral

4.      As trilhas educativas e o currículo escolar

5.      Democratização da escola: pressupostos, processos e desafios

6.      Do projeto político pedagógico para o plano de desenvolvimento local

 

TRABALHO, GERAÇÃO DE RENDA e DESENVOLVIMENTO LOCAL

Início: quando houver grupos articulados interessados

Horário: a definir

Freqüência: a definir

Duração: a definir

Vagas: a definir

 

Este módulo tem por objetivo a troca de reflexão e experiências dos parceiros do bairro-escola na construção de estratégias para a criação de trabalho e renda das pessoas e organizações do bairro. Para tanto, ele se organiza por meio de:

·         Fórum de discussões dos programas de ações para trabalho e geração de renda no bairro

·         Conceituação de trabalho e compreensão das questões sociais, culturais e econômicas envolvidas.

·         Criação de instrumentos metodológicos para a avaliação das ações na área.

Eixos temáticos:

1. Conceituação de trabalho decente

2. Políticas públicas para trabalho e geração de renda

3. Trabalho e educação: EJA, ensino médio, ensino profissionalizante, universidade democrática, qualificação profissional

4. Trabalho, renda, cooperativismo e sustentabilidade


Parceiros a serem convidados:

 

Sub-Prefeitura de Pinheiros:

·         Cultura

·         Saúde (coordenadoria Lapa)

·         Esporte

·         Educação

·         Obras

·         Assistência Social (abrigos)

·         Conselho Tutelar da Infância

 

DECO

·         Dirigente

·         Supervisoras das escolas de Pinheiros

·         Diretores, coordenadores, educadores e estudantes das escolas parceiras (3 por escola): Olavo, Alves, Fernão, Godofredo, Zilda, Oswald de Andrade/Caravelas, Santa Cruz,  Bandeirantes, Equipe, Dom Bosco, Paula Souza, Campi Pinheiros

·         Diretores, coordenadores, educadores e estudantes do Max

 

ONGs

·         Tomie Otake

·         Centro de Cultura Judaica

·         Sou da Paz

·         Kolombolo

·         Samba Tá

·         Guri

·         Circo Escola

·         Brincante

·         Espaço Musical

·         Eletrocooperativa

 

Sistema S

·         SESI

·         SESC

 

Conselhos

·         CONSEG

·         CMDCA

·         Associação de Bares da Vila Madalena

·         Associação Vila Madalena

·         Conselho Gestor do Teatro da Vila

·         Conselho da Praça Aprendiz das Letras

 

 

Posto de Saúde de Pinheiros

 

Faculdades

·         Universidade de São Paulo

·        NUPSI – Faculdade de Saúde Pública USP

·         UNIP

·         Sumaré

 

Judiciário

·         Fórum de Pinheiros

·         Vara da Infância

 

Coletivos

·         Ateliês

·         Rádios comunitárias

·         Jornais locais

 

 

 

 

 

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